Quando a Faculdade instalou sua sede no sobrado da Rua Felipe Schmidt, 2, o desembargador Boiteux mandou colocar vistosa placa, que abrangia as sacadas das salas alugadas, velho escrivão do crime de uma das varas da Capital, – doente, alquebrado, com lamentável restrição visual, pouco saindo de casa -, certa manhã, vindo ao centro urbano, se lhe deparando a referida placa indicativa, comentou em voz alta – dizem uns que pela deficiência de visão, mas eu, que o conheci bem, acredito no permanente exercício da perfídia, que cultivava com zelos de bom jardineiro -, em tom sensacionalista:
– Alfaiataria do Didico! Mas para que deu o Didico: – quase quebrado e montando a alfaiataria no ponto mais caro da cidade!
(BARBOSA, Renato. Cofre aberto… Reminiscências da Faculdade de Direito e outros assuntos. Florianópolis: Imprensa Universitária, 1982, p. 40).
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O excerto acima é uma das muitas histórias da Faculdade desconhecidas da maioria dos seus atuais alunos e egressos mais recentes e que, se não tivesse sido registrada na obra mencionada, provavelmente se perderia no tempo. Uma Faculdade quase centenária, que influenciou de maneira direta e indireta os rumos do Estado de Santa Catarina e formou juristas de grande renome e importância, certamente tem muitas histórias para contar, mas, como as paredes não falam, são aqueles que vivenciaram tais histórias que podem levá-las adiante. LEIA MAIS